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sexta-feira, 7 de junho de 2013

FUTURO, VAMOS PENSAR SOBRE?

A complexidade do Delta do Paraíba do Sul, principalmente com forçantes de grande influência de todo o sistema flúvio-marinho, decorre de alguns fatores e ramificações hídricas, estando o ambiente tanto na composição como na ação natural com invasões de marés onde são preenchidos os espaços e ciclicamente mudando o ambiente ano após ano. Estes ambientes onde geralmente estão presentes espécies de flora e fauna, necessitam de produção primária e funcionamento complexo e ativo das alterações e amplitudes de marés, trazendo desta forma um número considerável de alimentos e tornando o ambiente saudável e produtivo. Quando temos uma transformação deste ambiente, a distribuição e a organização de todo o sistema, por ação antrópica, eutrofiza, e modifica a estrutura, e assim podemos dizer que o ambiente foi impactado negativamente. O homem está provocando o desequilíbrio e com certeza os problemas aumentarão, as áreas foram ocupadas sem preocupação com a topografia e geografia, mudando e alterando o quadro sistêmico, com aterros irregulares, tomando as várzeas, impedindo o fluxo contínuo das águas, cortando a vegetação e interrompendo o processo natural que levou milhares de anos para se constituir.

Em nossa comunidade Gargaú, Distrito de São Francisco de Itabapoana, que hoje apresenta uma população de aproximadamente de 5.500/6.000 moradores, com renda basicamente da pesca artesanal, extrativismo e pequeno comércio,começa a viver um quadro crítico na questão de saneamento básico, estando todo o sistema de manguezal, lagoas, rios e riachos, comprometidos diretamente pela vazão diária de milhares de litros de esgoto e efluentes industriais oriundos do processamento de pescado, construção e uso incorreto de fossas domiciliares, descarte de resíduos sólidos e hidrocarbonetos, com isso comprometendo de forma significativa todo o processo. 
Gargaú, neste quadro é composta de um braço do Rio Paraíba do Sul, onde se divide no Canal Principal e o Riachinho que corta lateralmente o Distrito. Este Riachinho, que tem sua boca de entrada no “Buraco Fundo”, tem uma característica importante e fundamental, pois através dele todo o peso de água e seu excedente, levam até as várzeas e lagoas, através das forçantes de marés, micro organismos e alimentos para as espécies em fase de crescimento.

Neste sentido, podemos dizer que a situação passou de laranja para vermelho, pois o processo de degradação está com uma taxa altíssima em relação à resiliência do ambiente, não acompanhando o processo e prejudicando o sistema, desta forma todo o esgoto “in natura” lançado diretamente no ambiente causa uma série de problemas de ordem natural, alterando a mistura dulcícola e salina, provocando o surgimento de elementos diferentes, invasivos e dominadores, com presença de lodo, baixa de oxigênio, levando naturalmente a diminuição da taxa de produção primária e consequentemente o desaparecimento de espécies. 
Considerando ainda, que esta relação de exposição de efluentes e esgoto “in natura”, pode sim afetar diretamente a saúde da população, principalmente das crianças ainda em formação, aumentando consideravelmente a presença nos postos de saúde do Município. Temos que nos unir, refletir e procurar viabilizar junto ao Poder Público, com projetos de Saneamento Básico para que possamos reverter o quadro crítico que passamos atualmente. 

O Saneamento Básico começou a viver um novo momento no país, desde que se estabeleceu a Lei 11.445, de 2007, que criou a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSBs) e a Lei 12.305, de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Visando a universalização do saneamento básico, nas cidades e campo, cujas diretrizes foram traçadas pelo governo federal, o governo do Estado do Rio de Janeiro estabeleceu em 2011 o Pacto pelo Saneamento, com (4) quatro focos – água, esgoto, drenagem e lixo. 

Ilzomar Soares Filho – Biólogo Marinho

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